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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Athenas, primeira parada.

A vista da Grécia do ar me espantou logo de inicio, depois do maravilhoso mar azul turquesa, Athenas foi surgindo numa paisagem seca, acinzentada e vazia. Nossa, mas seria isto a maravilhosa Grécia que todos falam???

Cheguei no aeroporto e fui procurar o centro de informações, primeira parada de qualquer turista perdido.
Lá estava um grupo de brasileiros que moravam em Londres, participei das explicações da Senhorita do balcão, e logo me apresentei como brasileira tbem, uma tentativa de fazer amizades, mas acho que o grupo já era grande suficiente, nem me deram muita bola, mulheres...sempre se acham a ultima coca cola do deserto, acho que não queriam competição no grupo, afinal eram 5 mulheres e um rapaz..rsrs. Receberam a informação e foram embora, sem se quer desejar boa viagem, mesmo me vendo sozinha.
Pois após pegar a informação cheguei primeiro no local de compra de ticket para o bus e as encontrei novamente, e dessa vez vieram pedir informação sobre qual Bus pegar. Eu dei a informação e achei que desta vez iam ser mais educadas. Entrei no bus e fomos juntos até Athenas. Sem manifestações novamente.

No Bus.
Eu confundi o sotaque grego com o italiano, pois estes possuem os mesmo trejeitos e jeito italiano de conversar. Lá também encontrei três alemães.

Chegando no porto de Athenas tentei me enturmar novamente, mas não tive nenhuma reciprocidade, desisti. Tentei falar com os alemães, mas estes queriam saber é de uma Beer – A famosa Breja, ou cerveja gelada.

Porto de Athenas – Piraeus

No porto decidi fazer minha caminhada sozinha. Em busca agora do meus tickets para os ferrys que me levariam para todas as ilhas gregas que eu desejava conhecer.
Dura tarefa, pois naquele dia não havia mais nenhuma vaga dentro do Gigante ferry que levaria para as ilhas, super lotação.
Todos os lugares diziam a mesma coisa. Fechado, sem vagas, espere amanhã.

Fiquei triste! Agora lascou-se! Eu não tenho hotel reservado para ficar aqui, e a primeira ilha que desejo ir fica a 14 horas de ferry de distância, portanto o melhor Ferry seria o que saia as 19 horas e chega amanhã as 8 em Rodhes.
Um velho, ao estilo velho do mar do filmes, me perguntou se eu estava sem tickets porque alguém podia me ajudar, só pediu para segui-lo com o pouco inglês que tinha, fui meio desconfiada, mas com um passo largo de distância, caso necessário dava para correr..rsrs
Chegamos a uma agência de viagens, como as centenas que havia ali. O Velho do mar me apresentou para o dono da agência e voltou para a porta, para continuar como o promoter dos tickets de Ferry, da porta ele parava todos com cara de perdido e perguntava sem já tinham tickets.
O Grego da agência, continuo fumar seu grande cigarro fedido e com total falta de atenção me perguntou quais as datas que desejava, e repetiu o quê todos já tinham dito.
Lotado. Não temos vaga.
Tentou me vender uma passagem de 95 euros (a outra custava 53 euros).

A dica é: Mesmo que todos digam não temos mais vaga, diga a eles: - Tudo bem eu vou esperar aqui alguém cancelar, afinal são milhares de assentos reservados on line, e nem todos realmente comparecem, portanto a probabilidade de alguém desistir é muito grande.

Pois foi o que fiz: Eram 2 da tarde. Depois de ouvir o Grego mal educado, sem nenhuma noção de atendimento ao consumidor, como no Brasil, pensei em ir para outra agência, mas antes descansar um pouco e comer meu lanche, que já havia dormido uma noite na bolsa.
Eu disse: - Vc acha que alguém pode desistir até as 7 da noite (Horário da próxima partida).
O Grego disse: - Não sei. Se quiser esperar, sente-se e aguarde.

O Calor de Athenas era o maior que havia sentido nos últimos 2 anos, e do lado de fora estava quase insuportável, com ajuda do cansaço tirei o All star e fui comer meu lanche sentado na cadeira no fundo da agência.

Depois de 10 minutos o grego me chama e diz:
- Achei uma passagem, vc quer?
A felicidade pulou do meus olhos, e ainda de boca cheia tentei falar com ele para agradecer.
Ele disse: - Vc está feliz agora não é?
- Mas é claro! Contei a história toda para ele, das minha programações e que não desistiria.
O Grego deve ter fumado um maço de cigarros naqueles últimos 40 minutos.
Então eu disse: - Agora Vc pode comprar os outros tickets até o fim da viagem.
Terminei meu lanche e ainda enchi minha garrafa de água com água do filtro dele, rs (economia nos mínimos detalhes..rs).

O Porto de Athenas até parece a região do largo Treze de Maio em São Paulo. Muitos carros, poluição no ar, ambulantes pelas ruas com milhares de coisas para vender, centenas de camelôs com cópias de griffes famosas, crianças pedindo esmolas, outras vendendo bala, outras limpando vidro de carros, muita sujeira espalhada pelas ruas e tudo isso sob um calor de cerca de 30 graus.
O lugar mais fresco e gratuito que encontrei foi a estação de trem, que ficava em frente ao porto. Depois de uma volta e um Sorvete de creme decidi estacionar meu corpo lá.
Afinal seriam quase 4 horas de espera, e segundo o dono da agência não daria tempo de ir até o centro e conhecer algum lugar interessante de Athenas.
Nessa altura do campeonato já tinha guardado tênis na bolsa, colocado um chinelo e transformado a calça uma corsário.

Meu livro de viagem foi o “ Pode crer”, de um autor brasileiro que aborda os anos 80 numa história que virou filme no último ano.
E lá se foram muitas horas.
Muitos trens chegaram e saíram, até que passei a ser uma figura suspeita na estação e uma das guardas veio me interrogar. Explicada a situação, continuei no mesmo lugar até decidir ir para o porto.

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