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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Capitólio e suas belezas

O dia amanheceu feio, cinzento e com o céu completamente nublado.
Por mais que não quiséssemos acreditar, até a previsão do climatempo dizia que seria um dia de chuvas.

A turma começou o esquenta com as batidas criadas, o babalu foi a que mais gostei. Mas na mesa servida com queijos, salame (Que surgia de todas as barracas, virando piada)e amendoim, havia desde catuaba até  absinto.  
O som tocou forró e eu dancei com a Marley.

Marley trouxe seu triangulo e começou então as aulas de triangulo e musica nordestina. A maioria tinha uma péssima coordenação motora, não tivemos sucesso.

A noticia do Sol foi a que mais intrigou; já era quase meio dia, e nada do sol surgir. Então Marley recorreu a suas simpatias e seu misticismo energético.

O dono do camping desenhou a palavra sol no terreiro com sal, e em volta  a galera começou a fazer a dança do sol, em círculos evocando a vinda dele com as seguintes palavras.

“Veeem Sol, Veeemmm Solllll”

Dezenas de vezes, em circulo e rodando.

Ela falou que nossa energia em grupo, e nosso desejo faria o sol surgir contrariando todas as expectativas e previsões.

E ele surgiu, cerca de meia hora depois, o sol surgiu e não foi mais embora nos dias seguintes também.

Na beira do lago de furnas nossa lancha esperava para fazer o passeio pelos Canyons.

A turma da lancha era muito animada, o grupo da excursão foi dividido em 5 lanchas.

Lindas cachoeiras cruzaram o caminho. A parada foi para mergulhar e nadar próximo de uma das cachoeiras mais belas.

Também havia um bar flutuante pelo caminho. Não paramos.

Esse foi sem dúvida um passeio que valeu a pena. A Natureza se mostrou exuberante mais uma vez, com seus diversos tons de verde, a água doce e cristalina do rio, as lindas quedas de água, o ar puro....adorei.

Quando voltamos os meninos resolveram pular da ponte. Como não sei nadar, e meu botão de adrenalina mortífera não estava acionado, fiquei admirando.


A noite o feijão tropeiro mais delicioso no mundo foi servido para os famintos, que faziam fila na porta da casa.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Sarau sem poetas


O primeiro Dia na cidade foi marcado pelo passeio nas cachoeiras, de uma delas temos a maravilhosa vista para o famoso Canyon que dá fama a cidade.

A cachoeira parecia uma enorme pedreira desativada, com varias quedas d’água, e tinha um escorregador na pedra que caia em uma piscina natural (Adorei, escorregador sempre foi um dos meus brinquedos prediletos no parquinho)


Podemos fazer trilhas pela região também, verde não falta por ali.

Nosso ônibus que pelo menos andava, começou a dar sinais de fim da vida, e por isso o motorista levou para consertar na oficina enquanto a turma se divertia nas cachoeiras.

No fim da tarde, o motorista voltou e o ônibus parecia funcionar normalmente. Voltamos para o camping e a turma já se preparava para o primeiro Sarau, afinal, aquele era o grupo intitulado “Sarau sem poetas”, eu iria apresentar meu livro também.


O sarau aconteceu sob uma linda lua cheia, o frio costumeiro das noites de outono em Minas foi aquecido pela Jurupinga e outras bebidas do acervo dos poetas.
Poesias dramatizadas por Ed e Lucas, cantadas por outros, recitadas por outros, declamadas e lidas.

Ruama, Danilo, Ed, Marley e um grupo que surgiu foram responsáveis por maravilhosas musicas tocadas e cantadas durante a noite de poesia.



A turma que não recitou, apreciou. Sentados sobre as cangas coloridas na grama verde ajudaram com as palmas, sorrisos e assobios.

Depois, enquanto muitos já dormiam, as crianças grandes brincaram de Bicho bebe, e ficaram ainda mais animadas após o surgimento da folclórica caipora, encarnada pela querida e engraçada Marley.

- Pruuh....Você chamou, Caipora Chegou!

Ela vestia um poncho com franjas e imitava os trejeitos da personagem do castelo ratimbum.    

A segunda noite também teve sarau, mais intimista, uma roda menor e sem música, somente  com as belas interpretações e e com a surpresa do Ivan, uma figura recheada de pérolas e que se apaixonou pela Lua, após algumas doses. Ele representou uma fala clássica do filme Clube da luta, que era mais ou menos assim:                                        


A primeira regra do Clube da Luta é: você não fala sobre o Clube da Luta. A segunda regra do Clube da Luta é: você não fala sobre o Clube da Luta. Tem muitas pessoas novas aqui, Isso quer dizer que tem alguém quebrando as regras...


Teve o Dia do tédio, Idéias metamórficas, Nada se Alinha, Diário de um mano, e outras tantos livros recitados.




Quando ninguém mais aguentava ficar de pé, após as diversas brincadeiras, bebedeiras e conversadeiras..  Se recolheram em suas barracas e adormeceram. A madrugada havia chegado.



Capitólio - Camping canarinho


Chegamos ao Camping Canarinho pela manhã, e para começar bem o dia deixei minha mochila em cima de um formigueiro, que só percebi ao colocar a mochila nas costas e receber dezenas de picadas que me deixaram cheia de calombos na pele.

Lição do dia: Sempre olhar o solo ao colocar mochilas no chão.

O Dono do Camping Canarinho colocou a pulseira vip verde fluorescente em nossas mãos e fomos montar as barracas.

Camping totalmente recomendável.  Ótima estrutura e atendimento singular.

·         Havia uma boa cozinha comunitária, sempre bem limpa para prepararmos nossas refeições.
·         Os banheiros (masculino e feminino) tem chuveiro com água quente e estão sempre bem limpos (Não precisa levar papel higiênico*)
·         Piscina
·         Área coberta para lazer e socialização em dias de chuva
·         Refeição para venda, para os que esquecem os lanches (café da manhã delicioso, pão com linguiça, pão de queijo) e o melhor feijão tropeiro que comi na minha vida por apenas R$ 8,00 (Que matou nossa fome no jantar)
·         Área verde bem conservada e grande.
·         Estacionamentos
·         Vende carvão, gelo, água, bebidas, queijos.

       Ainda emprestam lona, para os dias de chuva.

A casa é bem familiar, por isso as refeições são feitas no fogão a lenha e no fogão a gás deles, um clima super aconchegante.

Quem Quiser o endereço; fica na cidade de Abadia dos Dourados - MG, a 20km de Capitolio, sentido Passos no Km 300 da MG-50








Capitólio - A viagem de ônibus

Cheguei ao bar Potiguar perto da estação de Metro Bresser- Moóca, onde se encontrava toda a galera que iria para Capitólio com a turma do sarau sem poetas.

Ao chegar encontrei o Luquinhas, que conheci na trilha do Pico do Selado em Monte verde há uns três anos, quantidade exata de tempo que não nos víamos.

A turma já estava entrosada e no pique da viagem. Devido a um problema do ônibus, precisaram trocar por um bem pior, mas que pelo menos andava...

A turma do fundão foi para o fundão, os casais foram para frente, e os novatos  mais tímidos ficaram no meio (eu fiquei no meio).


A turma entrou com animação total, e também Jurupinga, Catuaba, Vodca e Conhaque, e continuaram a beber o que começaram no bar.

O clima de animação foi aumentando conforme o teor Alcoólico.

Ed, um dos poetas do evento, fez a chamada, em tom hilário chamou os já conhecidos por apelidos e com educação e seriedade os novatos.

Depois da chamada, fez uma apresentação da engraçada e obscena canção “Suíte do Quelemeu” de Nelson Dantas, cantada no filme brasileiro Cabaret Mineiro. 

A viagem já prometia o que nos traria.

Segue um trechinho da música para o deleite de seu âmago

“Vamo dançar tudo nu,tudo nu / Tudo com o dedo no cu, menos eu / Tudo com a bunda de fora, é agora. “

Dançaram, cantaram, criaram parodias de músicas famosas, riram de tudo  como tem que ser na vida.

Era uma grande pré-festa, sem sombra de dúvida.

Músicas dos tempos de colégio foram cantadas, e a clássica de viagens foi lembrada:

“Motorista, pode correr, que a quinta série não tem medo de morrer!”

Como eu ainda não conhecia a turma; observei a grande bagunça que se formou e identifiquei os personagens dessa nova história.

Ed Santana, o poeta animador de plateia, foi quem se sentou ao meu lado durante a viagem, e me interrogou logo em seguida; Queria saber quem era a garota de poucas palavras que ainda não havia se enturmado. 

“Nos tornamos grandes amigos, depois que descobriu que poucas palavras era só a impressão da primeira vista”.

Adormeci ao som da linda voz de Ruama e do som do violão de Danilo.