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domingo, 19 de outubro de 2008

A grande Jornada: Aventuras e desventuras para chegar a Londres

Até comecei a acreditar que iria morrer quando chegássemos à famosa Londres, afinal tantos avisos para desistir da viagem só podiam significar isso.

A turma da escola decidiu ir para Londres, passagens de avião por apenas 1 euro mais taxas de embarque que não chegavam a 20 euros, ida e volta, não podiam ser desperdiçadas assim.

O propósito que me fez ir nessa grande viagem, ainda sem emprego e depois de ter perdido a passagem para a mesma cidade em Junho, essa outra por falta de visto na Irlanda (erros de marinheiro de primeira viagem), foi o aniversário do Helder, um grande amigo feito na terra dos Duendes, afinal ele iria comemorar o aniversário dele em Londres e queria que todos os amigos estivessem presentes.

Tiago comprou a passagem, Helio, Mércia, Perla, Rafael, Veruska, Bel, Roberta, ia tanta gente que nem sei ao certo quais os nomes.

Tínhamos um mês de antecedência, trocar nossos sacrificados euros pelas caras libras esterlinas, organizar as coisas, fazer roteiro e deixar tudo certinho para o embarque.

Tiago cuidou de tudo, como diz o Helio: - Bota no cartão de Tiago.
Ele colocou tudo, e só passou os valores em euro. O Hostel também já estava confirmado, num lugar chamado Nothing Hill, ficaríamos no Hostel 639, por apenas 12 libras o dia.

O que ele esqueceu de nos avisar foi que fez o check in on line como Europeu.

Pegamos um táxi as 6 da manhã de Belmayne ao Aeroporto, lá se foram 13 euros, divididos entre eu e Mércia.

Ao chegar no aeroporto de Dublin, passamos pela revista, mas Rafael foi parado porque a carta dele estava faltando um código que estava na carta de Perla. Os dois tiveram que voltar e passar pelo balcão da Ryanair, lá eles tiveram que trocar os tickets para cidadão não europeu.
Nessa confusão, ouve uma falta de comunicação e uma comunicação com informações erradas entre Tiago e Perla via celular.

Nós seguimos em direção ao embarque, porque acreditamos que o problema estava só no ticket dele, e que resolvendo ele se encontraria conosco, afinal, já estava ficando em cima da hora, o avião sairia em 50 minutos.
Seguimos Tiago e Helio para o Gate de embarque.
Nosso voou sairia às 8.15 da manhã, e quando faltavam 20 minutos chegaram Perla e Rafael e foram para o fim da fila, nós éramos os primeiros. Ninguém nos falou nada, e quando entreguei a carta novamente para o moço do embarque ele me liberou, mas Tiago foi entregar a carta dele para a outra moça que se atentou as informações da carta e do passaporte, onde confirmava que não éramos europeus.

Tiago ouviu que muitas pessoas passavam da mesma forma sem nenhum problema e resolveu arriscar, sem nos avisar é claro e então o moço pediu que voltássemos ao balcão da Ryanair e trocássemos os tickets. Com isso nós perderíamos o voou, então ele disse que poderíamos ir no próximo voou que sairia as 9:20.

Foi assim que começou nossa correria, para tentar resolver a caca gigante.

Perla e Rafael não vieram nos dizer o que afinal estava acontecendo e ninguém sabia o que fazer.
Eles embarcaram, nós 4 não.

Mércia, Tiago, Hélio e eu. Todos correndo pelo aeroporto para achar o balcão, porque não poderíamos voltar pelo mesmo lugar que entramos, nos perdemos no aeroporto.

A nova informação era que teríamos que passar pela imigração novamente, e lá havia uma fila gigante...Desespero danado, nunca conseguiríamos embarcar no próximo vôo.

A Mércia conseguiu um jeito de passarmos pelo balcão de europeus que estava vazio (Tem uma porção de não europeus entrando no país nossa sorte).

Correndo com as mochilas pesadas conseguimos chegar no balcão da Ryanair. Eu só olhava para a situação, porque Tiago e Mércia eram quem tentava rasgar o inglês (não tão perfeito também) para explicar a situação para eles.

A moça finalizou a conversa dizendo que foi ela a responsável pelo aviso no balcão para que não deixassem que embarcássemos enquanto não trocássemos o ticket, mas como ninguém nos avisou isso e só no momento final que descobrimos perdemos a passagem.

Ela não poderia nos encaixar no próximo vôo porque ele custava 280 euros, e se quiséssemos teríamos que pagar a diferença.

Mércia tentou argumentar, porque erramos, mas eles também erraram até o último minuto. Sem chances.

Procuramos um ciber café para tentar comprar uma nova passagem e não perder os 4 dias, já tínhamos até hostel e muitos pediram o dia no trabalho.

Passagens todas caríssimas para o dia e o próximo também.

Voltamos para casa, ressabiados. Eu estava conformada, não era para ir!

Fomos para casa de Hélio e Tiago, olha na internet se havia algum novo caminho.

Enquanto Tiago e Mércia pesquisavam na Internet uma nova forma, eu e Hélio assistíamos “ Sob o sol da Toscana” um maravilhoso filme por sinal.

Mércia inconformada, não teria 4 dias para fazer viagem nem tão cedo novamente.
Lembrou de uma forma de viajar para a Inglaterra de Navio, no porto de Dun Laoghari havia um Ferry que levavam para alguns países.

Olhou os preços, e ficava mais acessível do que o que iríamos gastar depois novamente.

Já era quase 1 da tarde, e a próxima partida era as 2:30 da tarde.

Mochila nas costas, bota no pé e chapéu na cabeça.

Descemos correndo para tentar pegar esse navio. Estava até engraçado a nossa correria.

Pegamos um ônibus para o centro, e no meio do caminho o ônibus quebrou, e um carro da empresa parou para fazer a manutenção e trocaram o caixa do Bus.
No fundo do ônibus a gente ria, outra pedra no caminho.

Chegamos no centro, e já era 1:30, decidimos pegar um táxi, ninguém sabia ao certo onde era o Dublin port e se algum ônibus passava perto.

Chegamos lá as 2 da tarde, e a nova surpresa: Cancelaram essa partida, e o próximo será somente as 9 da noite.

Caraca, azar da pomba!!

Mas agora nós vamos, chegamos em Londres ou não me chamo.....vários nomes..rs

Mércia decidiu voltar para comprar comida, segundo ela um ônibus voltava as 5 da tarde. Depois recebemos a ligação na verdade ela entendeu errado, o ônibus sairia do centro somente as 8.

Os meninos já estavam em pânico, só faltava perder o navio também por atraso.
O chequin foi aberto as 8:15, e Mércia chegou 8:40. Entramos correndo e ficamos aliviados. Agora vai dar tudo certo.

O navio era gigante, parecia o Titanic. Lindo e luxuoso, com shopping, cinema, restaurantes e até cassino. Tapete vermelho e luzes maravilhosas.

Então o Hélio disse: Ta explicado porque deu tudo errado antes, era porque tínhamos que conhecer tudo isso!!

Eu assisti o filme “Mama mia” no cinema, tirei várias fotos a La Titanic, conheci todos os lugares do navio.
Depois de duas horas maravilhosas, chegamos à Inglaterra. As 2: 15 o trem sairia para Londres.

Passamos um frio danado na estação, e eu tive um ataque de tosse.

Depois de pegar o primeiro trem e dormir muito, chegamos a Londres e fomos comprar, um ticket para o Vitória Station.

A próxima parte eu conto depois

Crônica de uma morte anunciada















Quando eu vejo uma pomba estatelada no meio da rua eu sempre me pergunto: - Como alguém consegue atropelar uma pomba?
Afinal de contas, elas possuem asas, podem voar rápido, são animais leves, eu acreditava que eram mais espertas também.
Eu fico triste quando vejo qualquer animal atropelado, quando morto então, meu coração chega dispara, suspiro fundo e mudo a direção dos olhos.

Outro dia ao cruzar a Parnell Street, uma das ruas mais movimentadas do centro de Dublin, eu avistei algumas pombas, 3 na calçada e uma no meio da rua entre a linhas que dividem a rua para o trajeto dos carros que seguem em mãos diferentes.
Num súbito de pensamento eu parei, e pensei:
Essa pomba vai morrer, e hoje eu vou descobrir como isso acontece.

Eu sei que foi um pensamento mórbido e até nojento para algumas pessoas, porém foi a forma de matar a curiosidade sobre tal acontecimento que sempre me choca.

A frase do pensamento foi: A fome e a gula realmente matam.

A fome eu já tinha certeza por ver milhões de pessoas morrendo no mundo por escassez de comida, mas a gula era só mito, pois afinal, nunca vi ninguém morrer por ter gula.

A pomba estava desesperada para comer os farelos de pão que estavam no meio da rua, e centenas de carros passava por ali muito rápido, ela olhava para todos os lados e mostrava certo medo pelo perigo que estava correndo (Essa preocupação era visível no comportamento dela, nos gesto e na forma como ela comia apressada e olhava para todos os lados).

Entretanto, a gula era tão grande que ela não queria abandonar o pão, mesmo percebendo o perigo do local. Enquanto isso, do meu lado da calçada, as outras pombas mostravam a mesma vontade de compartilhar aquele pão tão farto no meio da rua, os olhos das pequenas faiscavam e elas ficavam andando de um lado para o outro, mas essas pareciam cautelosas e não arriscaram voar até o meio da rua, porque enxergavam o perigo dos carros.

E eu, uma simples pedestre, parada na esquina para ver como ocorreria àquela morte que já estava anunciada para todos. Ora eu me atentava para as 3 pombas ao meu lado, ora pra ver os passos da pomba lesa no meio da rua.
Então ela decidiu sair da rua, andando... rs.
Não acreditei, ela não tinhas as asas machucadas e não parecia ter nenhum problema para voar, talvez tenha esquecido que podia voar. Não me recordo, mas acho que cheguei a soltar um grito pedindo que voasse, pois nenhum carro ia parar para que a doce dama atravessasse a rua.
Ela não me ouviu, ou então o êxtase do momento tenha paralisado seus pensamentos. (Falando nisso, pomba pensa???)

Eu vi quando um carro passou por cima da pomba e fez “Crack”.
E eu fiz “Ai”

Ela tentou levantar a cabeça, as asas ainda balançavam... Tarde demais, veio outro carro e fez a pasta de pomba.

Era engraçado ver o comportamento das pombas ao meu lado, pois elas pareciam ter sentimentos e sofrer pela morte da companheira gulosa e também ficarem felizes por não terem arriscado a vida por um pedaço de pão.

Enfim, agora eu sei qual a razão das dezenas de pombas que vejo esmagadas nas ruas de Dublin.