Paris
Paris foi a primeira parada, no mochilão que tinha como destinos as seguintes cidades: Paris, Luxemburgo, Bruxelas (Bélgica), Amsterdã (Holanda)e Berlim (Alemanha).
Cheguei à maravilhosa cidade Luz
e fui em busca do Le Dartagnan, um Hostel muito legal e de ótimo preço que encontrei no hostelworld.com, mas que
porem ficava e um dos distritos mais longes da região central, o quê não
assustava muito devido à maravilhosa malha metroviária que envolvia toda a
cidade.
Ao chegar ao hostel , deparei com
uma moça tentando se comunicar com a
recepcionista; o nome dela era Cintia, e pelo sotaque reconhecível em qualquer
canto do mundo, descobri que ela era uma brasileira que não falava quase nada
de inglês e precisava descobrir como ligar a cobrar para uma amiga em outro
país. Eu consegui entender o que ela tentava dizer em inglês e que a
recepcionista dizia que não conseguia compreender nada, então me ofereci para
ajudar fazendo a tradução da conversa para as duas . Quando falei que também era
brasileira, a Cinthia ficou hiper feliz e até me abraçou por ter sido salva
naquele momento.
Depois de resolver o problema
dela, fui tentar resolver o meu. Eu só precisava de um lugar para passar duas
noites e nada mais. Consegui uma vaga no quarto da Cinthia no primeiro dia e
outra vaga no quarto com duas Irlandesas no segundo dia, que coincidência
maravilhosa.
No primeiro quarto haviam duas
coreanas, uma chinesa, e meninas de outros países que não me recordo mais. A
noite foi hiper movimentada; fiquei batendo papo com a Angelica, uma garota de
Brasilia, sobre viagens enquanto a Cinthia de São Paulo e a Bianca do
Paraná, se arrumavam para ir para a mini
balada do Hostel.
Depois fui me deitar.
Fiquei no segundo andar de uma beliche no quarto com mais 9 meninas. No inicio da madrugada a Cinthia voltou e se
deitou, e de repente um casal de brasileiros entrou no quarto, e a mulher muito
bêbada começou a gritar que haviam
roubado a bolsa dela e que alguém precisava fazer alguma coisa. Que estava sem
a chave do quarto porque tinham roubado também. O rapaz, bem mais nova que a
loira desequilibrada, tentava controlá-la e fazer com que ela deitasse na cama
e se acalmasse. A Cinthia se levantou,
com medo de que fossem um casal de trambiqueiros e tentou acalmar a mulher,
pedindo que o namorado fosse embora, já que era um quarto só de meninas ele não
poderia dormir com ela ali. A mulher começou a falar mal do quarto, que tinha
muita gente, que queria um de casal, que deviam ter ido para um hotel, e uma
porção de outras besteiras com o cheiro de álcool se espalhando pelo ar. Depois a loira descontrolada começou a chamar
a Cinthia de Gaucha controladora e de uma porção de outras coisas...Nem Gaucha
a Cinthia era!
A Cinthia me disse depois, que só
ficou em cima dela “tentando cuidar” da
bebedeira, pois acreditava que toda aquela cena não se passa de um golpe criado
pelo casal.
A Bianca começou
a nos contar suas aventuras pela baladinha, sobre o lindo italiano que ela ficou, sobre o som, as
danças e as bebidas que tomou. Era tanta animação que dava gosto ouvir. Então
ela também contou sobre sua alegria de viver, que ser gordinha não a impedia de
se achar linda, maravilhosa e gostosa e assim que ela corre o mundo agora, com
sua auto-estima inabalável.
Depois outras meninas acordaram e
bateram boca com a louca que insinuava que qualquer um daquele hostel poderia ter roubado as coisas dela, que agora
estava sem as chaves do quarto e nem sabia que cama era a dela. O certo é
manter suas malas sempre com cadeado e as bolsas de mão junto a si ou no
armário- cofre do hostel.
Golpes como esse existem muitos.
A pessoa entra no hostel como se estivesse hospedada, depois bate de quarto em
quarto para saber se há uma cama vazia, e depois entram e deitam, se o
dono aparecer diz que se enganou, se não
passa a noite e as vezes assaltam as outras pessoas que estavam no quarto e
saem sem registro e sem testemunhas. Na manhã seguinte a bêbada foi a ultima a
acordar e ainda caiu do beliche da cama de cima! Fui um barulho tão grande
que ela até desmaiou e demorou par
acordar...quem a socorreu foi a Cinthia, que estava na cama ao lado dela.
Depois de combinar com as meninas nosso
encontro no hostel a noite para ir a
Torre Eiffel, fui tomar o meu café.
O dia estaria livre para cada uma
fazer o seu roteiro como desejasse, como eu já conhecia Paris, não quis visitar
os famosos pontos turísticos como o Louvre e o arco do triunpho. Decidi ir a
lugares que não puder ver na outra viagem.
A torre, eu havia visitado durante o dia na outra viagem, entretanto não
pude subir, pois o pouco tempo dos últimos dias e as filas gigantes impediram. Desta vez
não poderia perder a oportunidade de subir nos três andares da linda e
majestosa Eiffel e vê-la iluminada naquela noite de primavera.
A primeira coisa que eu precisava
resolver era a minha passagem de trem para Luxemburgo. Fui até a estação
central e comprei a passagem para a manhã seguinte.
Fui andar pela cidade sozinha e
minha primeira parada foi o palácio de Luxemburgo, onde fiquei quase uma hora
apenas apreciando a paisagem dos famosos jardins que serviram de inspiração
para Victor Hugo, Sartre, Balzac e Baudelaire.
Era uma linda tarde sol; onde as
flores já enfeitavam todas as partes,
mas não tenho dúvidas de que a paisagem de hoje é bem diferente daquela época.
O encontro de crenças, raças e povos era espetacular.
Depois caminhei até o Pantheon
para ver sua magnífica arquitetura ao estilo Greco-Romana. Na porta, vários grupos de
estudantes franceses faziam festa entre fotos e lanches, outros tantos jovens
apenas se sentavam em frente à grande obra de arte com vista para a torre Eiffel e batiam papo
com toda a elegância e pompa francesa.
As ruas de paris possuem um glamour especial, não sei explicar se a fama, ou realmente há uma magia no ar. Eu andava pelas ruas observando o caminhar das pessoas, a brincadeira das crianças, os grupos escolares que visitavam os pontos turísticos e faziam uma grande festa, as milhares de lambretas coloridas estacionadas pelas calçadas, os turistas com suas melhores roupas fazendo pose na bela Paris, os mochileiros com suas grandes mochilas e roupas confortáveis descansando em diversos pontos da cidade! Tudo me fascinava...É eu também estava em Paris.
Segui
por uma rua com centenas de cafés tradicionais (E baratinhos) e resolvi almoçar meu prato
predileto... Massas, no Garden Pasta, um lugar especializado somente em massas.
O garçom era um simpático polonês que se ofereceu para tirar minha foto.
Depois
fui até o Jardim Botânico, lugar que já havia estado, mas devido a correria nem
pude apreciar as belas flores do local e rosas de todas as cores imagináveis.
Depois
entrei no metrô da linha 1 e desci na
estação Esplanade de La Defense, para ver o Grande Cubo, um quadrado
gigante com o centro furado que fica na região de escritórios e centro financeiro
de Paris. Essa região não tem muita graça, toda a magia parisiense está no
centro velho mesmo.
A
fila para subir na torre Eiffel era gigantesca, a Cinthia foi para um lado com
a Bianca e Angélica e eu fomos tentar o outro lado. Quando enfim conseguimos
chegar no penúltimo andar da torre ficamos estonteadas com a bela da noite
parisiense.
Estava explicado porque todos a conhecem como a cidade Luz, do alto
da Eiffel era possível ver quilômetros de distância, a poluição da cidade fez
com que a lua cheia ficasse vermelha.
O espetáculo de luzes é fenomenal, são 5
minutos de Show de luzes em toda a torre.
No meio daquele tumulto aguardávamos nossa vez de entrar no elevador enquanto riamos da confusão da noite anterior e fazíamos suposições de quem de fato era o casal de desordeiros do hostel. Quando de repente cruzamos com o casal, também apelidados de loira maluca e seu lindo gigolô. A dupla veio parar na fila atrás de Angélica, como estavam muito bêbados, acredito que não nos reconheceram. Mas nosso susto foi grande, tentando nos esconder não conseguimos para de rir da situação.
No meio daquele tumulto aguardávamos nossa vez de entrar no elevador enquanto riamos da confusão da noite anterior e fazíamos suposições de quem de fato era o casal de desordeiros do hostel. Quando de repente cruzamos com o casal, também apelidados de loira maluca e seu lindo gigolô. A dupla veio parar na fila atrás de Angélica, como estavam muito bêbados, acredito que não nos reconheceram. Mas nosso susto foi grande, tentando nos esconder não conseguimos para de rir da situação.
Quando
resolvi olhar que horas eram, quase morro do coração, 23:30. Lembrando que as
estações de metrô fecham as 24 horas em Paris, que nosso querido Dartagnan fica
na estação mais longe, onde qualquer ônibus (após algumas baldeações) levaria
horas para chegar e que em nossa verba não caberia um taxi para tamanha
distância, nosso desespero fui simultâneo.
Quando resolvi perguntar porque demorava tanto aquela fila para descer,
descobri que o elevador levava só para o andar de cima, e nunca
descia...Deveríamos dar a volta e encontrar outra saída.
Procuramos
pelas meninas e não achamos mais, então descemos parte por escadas e parte por
elevadores. Corremos em direção ao metro pelas ruas ao redor do campo de marte
e já sem ar parávamos para nos recuperar.
O fôlego ia acabando aos poucos e os minutos cronometrados passando
rápidos demais; quando então, para aumentar nosso desespero, um grupo de
ciclistas fecharam uma das avenidas que deveriam atravessar para uma passeata. Aquela multidão vinda do nada quase meia noite, interditando a avenida para chegar ao metro, inacreditável!
Me lembro bem que era 23:45 quando milhares de bicicletas não paravam de
passar. Eu nunca havia visto aquilo, numa hora daquelas...tudo para nos deixar
em pânico, tentando atravessar e os coordenadores do evento impedindo nossa
passagem. Foram cerca de 8 minutos, quando enfim nos liberaram corremos até o
metro embarcamos no primeiro trem, haveria mais 3 baldeações, e tínhamos apenas
10 minutos. Confesso que meu coração disparava e minhas pernas já bambas não aguentavam mais correr subindo e descendo as escadas das estações. Não me lembrava de tantas escadas e plataformas antes!!
Entramos na
linha que nos levaria para casa as 24:03, quase sem acreditar no recorde de
tempo. Ao chegar no Hostel, descobrimos que aos fins de semana o metro funciona
até as 2 da manhã. Nossa indignação foi gigante, mas já estávamos em casa e não
havia muito o quê fazer.
Na
manhã seguinte arrumei minha malas e fui para a estação de trem.
Seriam
4 horas de trem de Paris até Luxemburgo, a próxima parada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário