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sábado, 13 de dezembro de 2014

Paris - La belle de Jour

Paris

Paris foi a primeira parada, no mochilão que tinha como destinos as seguintes cidades: Paris, Luxemburgo, Bruxelas (Bélgica), Amsterdã (Holanda)e Berlim (Alemanha).


Cheguei à maravilhosa cidade Luz e fui em busca do Le Dartagnan, um Hostel muito legal e de ótimo preço que encontrei no hostelworld.com, mas que porem ficava e um dos distritos mais longes da região central, o quê não assustava muito devido à maravilhosa malha metroviária que envolvia toda a cidade.

Ao chegar ao hostel , deparei com uma moça  tentando se comunicar com a recepcionista; o nome dela era Cintia, e pelo sotaque reconhecível em qualquer canto do mundo, descobri que ela era uma brasileira que não falava quase nada de inglês e precisava descobrir como ligar a cobrar para uma amiga em outro país. Eu consegui entender o que ela tentava dizer em inglês e que a recepcionista dizia que não conseguia compreender nada, então me ofereci para ajudar fazendo a tradução da conversa para as duas . Quando falei que também era brasileira, a Cinthia ficou hiper feliz e até me abraçou por ter sido salva naquele momento.

Depois de resolver o problema dela, fui tentar resolver o meu. Eu só precisava de um lugar para passar duas noites e nada mais. Consegui uma vaga no quarto da Cinthia no primeiro dia e outra vaga no quarto com duas Irlandesas no segundo dia, que coincidência maravilhosa.


No primeiro quarto haviam duas coreanas, uma chinesa, e meninas de outros países que não me recordo mais. A noite foi hiper movimentada; fiquei batendo papo com a Angelica, uma garota de Brasilia, sobre viagens enquanto a Cinthia de São Paulo e a Bianca do Paraná,  se arrumavam para ir para a mini balada do Hostel.  

Depois fui me deitar. Fiquei no segundo andar de uma beliche no quarto com mais 9 meninas.  No inicio da madrugada a Cinthia voltou e se deitou, e de repente um casal de brasileiros entrou no quarto, e a mulher muito bêbada começou a  gritar que haviam roubado a bolsa dela e que alguém precisava fazer alguma coisa. Que estava sem a chave do quarto porque tinham roubado também. O rapaz, bem mais nova que a loira desequilibrada, tentava controlá-la e fazer com que ela deitasse na cama e se acalmasse. A Cinthia se  levantou, com medo de que fossem um casal de trambiqueiros e tentou acalmar a mulher, pedindo que o namorado fosse embora, já que era um quarto só de meninas ele não poderia dormir com ela ali. A mulher começou a falar mal do quarto, que tinha muita gente, que queria um de casal, que deviam ter ido para um hotel, e uma porção de outras besteiras com o cheiro de álcool se espalhando pelo ar.  Depois a loira descontrolada começou a chamar a Cinthia de Gaucha controladora e de uma porção de outras coisas...Nem Gaucha a Cinthia era!

A Cinthia me disse depois, que só ficou em cima dela  “tentando cuidar” da bebedeira, pois  acreditava que toda  aquela cena não se passa de um golpe criado pelo casal. 
A Bianca começou a nos contar suas aventuras pela baladinha, sobre o  lindo italiano que ela ficou, sobre o som, as danças e as bebidas que tomou. Era tanta animação que dava gosto ouvir. Então ela também contou sobre sua alegria de viver, que ser gordinha não a impedia de se achar linda, maravilhosa e gostosa e assim que ela corre o mundo agora, com sua auto-estima inabalável.

Depois outras meninas acordaram e bateram boca com a louca que insinuava que qualquer um daquele hostel  poderia ter roubado as coisas dela, que agora estava sem as chaves do quarto e nem sabia que cama era a dela. O certo é manter suas malas sempre com cadeado e as bolsas de mão junto a si ou no armário- cofre do hostel.

Golpes como esse existem muitos. A pessoa entra no hostel como se estivesse hospedada, depois bate de quarto em quarto para saber se há uma cama vazia, e depois entram e deitam, se o dono  aparecer diz que se enganou, se não passa a noite e as vezes assaltam as outras pessoas que estavam no quarto e saem sem registro e sem testemunhas. Na manhã seguinte a bêbada foi a ultima a acordar e ainda caiu do beliche da cama de cima! Fui um barulho tão grande que  ela até desmaiou e demorou par acordar...quem a socorreu foi a Cinthia, que estava na cama ao lado dela.

 Depois de combinar com as meninas nosso encontro no hostel  a noite para ir a Torre Eiffel, fui tomar o meu café.

O dia estaria livre para cada uma fazer o seu roteiro como desejasse, como eu já conhecia Paris, não quis visitar os famosos pontos turísticos como o Louvre e o arco do triunpho. Decidi ir a lugares que não puder ver na outra viagem.  A torre, eu havia visitado durante o dia na outra viagem, entretanto não pude subir, pois o pouco tempo dos últimos dias e as filas gigantes impediram. Desta vez não poderia perder a oportunidade de subir nos três andares da linda e majestosa Eiffel e vê-la iluminada naquela noite de primavera.

A primeira coisa que eu precisava resolver era a minha passagem de trem para Luxemburgo. Fui até a estação central e comprei a passagem para a manhã seguinte. 

Fui andar pela cidade sozinha e minha primeira parada foi o palácio de Luxemburgo, onde fiquei quase uma hora apenas apreciando a paisagem dos famosos jardins que serviram de inspiração para Victor Hugo, Sartre, Balzac e Baudelaire.



Era uma linda tarde sol; onde as flores  já enfeitavam todas as partes, mas não tenho dúvidas de que a paisagem de hoje é bem diferente daquela época. O encontro de crenças, raças e povos era espetacular.

Depois caminhei até o Pantheon para ver sua magnífica arquitetura ao estilo Greco-Romana. Na porta, vários grupos de estudantes franceses faziam festa entre fotos e lanches, outros tantos jovens apenas se sentavam em frente à grande obra de arte  com vista para a torre Eiffel e batiam papo com toda a elegância e pompa francesa.



As ruas de paris possuem um glamour especial, não sei explicar se a fama, ou realmente há uma magia no ar. Eu andava pelas ruas observando o caminhar das pessoas, a brincadeira das crianças, os grupos escolares que visitavam os pontos turísticos e faziam uma grande festa, as milhares de lambretas coloridas estacionadas pelas calçadas, os turistas com suas melhores roupas  fazendo pose na bela Paris, os mochileiros com suas grandes mochilas e roupas confortáveis descansando em diversos pontos da cidade! Tudo me fascinava...É eu também estava em Paris. 

Segui por uma rua com centenas de cafés tradicionais (E baratinhos) e resolvi almoçar meu prato predileto... Massas, no Garden Pasta, um lugar especializado somente em massas. O garçom era um simpático polonês que se ofereceu para tirar minha foto.

Depois fui até o Jardim Botânico, lugar que já havia estado, mas devido a correria nem pude apreciar as belas flores do local e rosas de todas as cores imagináveis.

Depois entrei no metrô da linha 1  e desci na estação Esplanade de La Defense, para ver o Grande Cubo, um quadrado gigante com o centro furado que fica na região de escritórios e centro financeiro de Paris. Essa região não tem muita graça, toda a magia parisiense está no centro velho mesmo.

Ao retornar fui para meu outro quarto  e me arrumei e fomos juntas para a região central.


A fila para subir na torre Eiffel era gigantesca, a Cinthia foi para um lado com a Bianca e Angélica e eu fomos tentar o outro lado. Quando enfim conseguimos chegar no penúltimo andar da torre ficamos estonteadas com a bela da noite parisiense. 

Estava explicado porque todos a conhecem como a cidade Luz, do alto da Eiffel era possível ver quilômetros de distância, a poluição da cidade fez com que a lua cheia ficasse vermelha. 

O espetáculo de luzes é fenomenal, são 5 minutos de Show de luzes em toda a torre. 

No meio daquele tumulto aguardávamos nossa vez de entrar no elevador enquanto riamos da confusão da noite anterior e fazíamos suposições de quem de fato era o casal de desordeiros do hostel. Quando de repente cruzamos com o casal, também apelidados de loira maluca e seu lindo gigolô. A dupla veio parar na fila atrás de Angélica, como estavam muito bêbados, acredito que não nos reconheceram. Mas nosso susto foi grande, tentando nos esconder não conseguimos para de rir da situação. 


Quando resolvi olhar que horas eram, quase morro do coração, 23:30. Lembrando que as estações de metrô fecham as 24 horas em Paris, que nosso querido Dartagnan fica na estação mais longe, onde qualquer ônibus (após algumas baldeações) levaria horas para chegar e que em nossa verba não caberia um taxi para tamanha distância, nosso desespero fui simultâneo.  Quando resolvi perguntar porque demorava tanto aquela fila para descer, descobri que o elevador levava só para o andar de cima, e nunca descia...Deveríamos dar a volta e encontrar outra saída.

Procuramos pelas meninas e não achamos mais, então descemos parte por escadas e parte por elevadores. Corremos em direção ao metro pelas ruas ao redor do campo de marte e já sem ar parávamos para nos recuperar.  
O fôlego ia acabando aos poucos e os minutos cronometrados passando rápidos demais; quando então, para aumentar nosso desespero, um grupo de ciclistas fecharam uma das avenidas que deveriam atravessar para uma passeata. Aquela multidão vinda do nada quase meia noite, interditando a avenida para chegar ao metro, inacreditável!
Me lembro bem que era 23:45 quando milhares de bicicletas não paravam de passar. Eu nunca havia visto aquilo, numa hora daquelas...tudo para nos deixar em pânico, tentando atravessar e os coordenadores do evento impedindo nossa passagem. Foram cerca de 8 minutos, quando enfim nos liberaram corremos até o metro embarcamos no primeiro trem, haveria mais 3 baldeações, e tínhamos apenas 10 minutos. Confesso que meu coração disparava e minhas pernas já bambas não aguentavam mais correr subindo e descendo as escadas das estações. Não me lembrava de tantas escadas e plataformas antes!!

Entramos na linha que nos levaria para casa as 24:03, quase sem acreditar no recorde de tempo. Ao chegar no Hostel, descobrimos que aos fins de semana o metro funciona até as 2 da manhã. Nossa indignação foi gigante, mas já estávamos em casa e não havia muito o quê fazer.

Na manhã seguinte arrumei minha malas e fui para a estação de trem.

Seriam 4 horas de trem de Paris até Luxemburgo, a próxima parada.

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