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sábado, 30 de janeiro de 2010

Mikonos

MIkonos

Acordei em Santorini com a batida na porta do dono da hospedaria, às 7 da manhã. O distinto senhor veio me informar que os novos hospedes do quarto queriam entrar, pois estavam cansados e tinham acabado de chegar.

Eu aluguei um quarto single, para uma pessoa, mas que tinha uma cama de casal (que na verdade era duas de solteiro coladas), como a maioria dos hotéis aqui na Grécia de quarto duplo. Teoricamente eu teria direito de permanecer até 11 horas, mas como eu teria que sair às 9 horas para chegar cedo no porto, informei a ele que aguardasse até esta hora.
Depois não consegui mais dormir, e acabei chegando cedo mesmo no porto.
Esperei um longo tempo, pois o meu Ferry foi cancelado e o próximo seria 1 hora depois.

O Ferry que nos levou até Mikonos era muito pequeno, em relação aos outros, acho que sua capacidade era de cerca de 200 pessoas no máximo, todas acomodadas em suas poltronas, pois ele não possuía áreas de lazer ou mesmo restaurantes como os outros.

Escolhi um bom lugar, de frente para o mar, mas dentro da cabine. Ao meu lado duas senhoras francesas. Depois de pouco tempo puxei papo e até ficamos amigas. Elas viajavam sozinhas por algumas ilhas gregas.
Quando enfim o ferry engrenou, foi à tristeza de metade dos passageiros. O tamanho pequeno fez com que o balanço das ondas desestabilizasse ele, então a maré forte me fazia sentir em um pequeno bote em alto mar, quando não em um boi mecânico em alta velocidade. Em poucos minutos as pessoas começaram a passar mal e os tripulantes trouxeram vários sacos para aqueles que tiveram náusea.
As duas senhoras começaram a passar mal, e não tinha o saco mágico, e lá fui eu pulando como gafanhoto pelo caminho até chegar a um tripulante e solicitar ajuda. Acho que as francesas devem me agradecer até hoje, pois se não fosse o saquinho que eu trouxe teriam feito um bom estrago.

Depois de 3 horas pelo mar grego, cruzando com dezenas de ilhas chegamos a Mikonos.

MIkonos é uma outra ilha grega ainda menor que Santorini, mas com um charme encantador e inigualável.


A minha dor de cabeça iria começar, pois foi o único lugar que não consegui reservar um hotel ou qualquer hospedagem. Tudo era muito caro nos sites, pois deixei para a última hora, por isso novamente a dica...Antecedência, é o melhor remédio para esse tipo de dor de cabeça.

Mas eu tive sorte, dezenas de donos de hospedagens nos aguardavam no porto. Com fotos de lugares lindos, alguns caríssimos, mas eu encontrei um barato.
Ofereci o quanto desejava pagar e o senhor, muito grosseiro por sinal, me ofereceu um quarto, afinal era só uma noite, e para ele o que viesse era lucro.
25 euros, - Você pode ir até lá e se não gostar do quarto não precisa ficar.
Tentei ver outros quartos, mas em matéria de valor era a melhor proposta, e pelas fotos não parecia ser tão ruim. Depois de uma conversa rápida ele pediu que eu entrasse na Van dele, assim como mais duas meninas e lá fomos para o Hotel Drafacqui. Ele ficava na esquina entra a rua que levava para o centro da cidade e a que levava para a Paradise Beach.

Fiz amizade com as duas italianas que também decidiram ficar no mesmo hotel.
O meu quarto era uma kitnet praticamente, grande, com cama de casal, geladeira pia espelhos e até uma varanda. Adorei e se não fosse o banheiro no corredor para dividir com os outros dois quartos, teria sido perfeito. E depois de deixar as coisas fomos direto para a Paradise Beach, por sugestão das italianas, Mirian e Caterina, era o lugar mais badalado da cidade, o clube Tropicana tinha festa que começava as 5 da tarde.

Pegamos o bus, 1,20 cada viagem, e em 10 minutos estávamos na praia.

Uma tarde maravilhosa, muito sol, como em toda a Grécia, ao chegar a areia clara, palmeiras, muita gente bonita feliz, rindo a toa, todos com aquele bronzeado de dar inveja em irlandês, música alta no bar Tropicana, o primeiro da praia chamada Paraíso.
Ali mesmo decidimos ficar. As meninas estavam no pique, eu ainda tímida, não sabia nem por onde começar a agir. Encostei-me próximo de uma mesa e me coloquei a admirar toda a maravilha ao redor. O metro quadro com mais gente bonita que já vi na minha vida.
A maioria já estava com a cara cheia de álcool, única explicação para tanta euforia, e eu definitivamente não iria fazer isso, afinal de contas, a prudência de estar sozinha num lugar desconhecido com tantas pessoas me fazia ser mais precavida.

Eu dei uma volta pela praia, recheada de bares bem decorados, esteiras para que todos tomem sol.

Fui até água, e que maravilha era estar naquele lugar. Água transparente, morna, sol vibrante, paisagem exuberante. Tudo parecia um sonho, eu desejava ter alguém ao lado para comentar e falar sobre tudo aquilo que eu estava vendo, ou só mesmo pedir um beliscão para confirmar que era tudo verdade.

Depois voltei para próximo das meninas, e fiquei como todos no balanço das músicas eletrônicas e batidas que eu nada entendia. Era difícil ficar mais descontraída com aquele tipo de música sem álcool no sangue..rsrs pelo menos para mim.
80 % daquela turma em Mikonos pareciam ser italiana, eles estavam em grandes grupos e eram muito animados. Aprontavam poucas e boas!
NO palco um casal de apresentadores e mais dois dançarinos faziam a intermediação da festa, e numa certa hora começa a tocar uma música muito familiar....
- Paraparaparapapa parapapa, Era o funk do filme tropa de elite, mas com fundo de marchinha de carnaval tocando em alto e bom som, e a turma toda repetindo o refrão do Parapapa. Adoraram, e eu fiz até um vídeo, pois sabia que só contanto talvez não me acreditassem..rsrsr

A música que mais ficou na minha cabeça foi uma que tocou várias vezes, e que não tinha ouvido até então, recordo-me apenas do refrão: - You know I want you, I know you want me...1,2,3.... Sucesso nas paradas de 2009.

Depois decidi ir jantar, eu estava faminta, eu ao meu lado já estava um italiano do interior, que não desgrudava, e nenhum dos dois entendia muita coisa que o outro falava, ele não falava inglês, e nem eu italiano...então ficou de chiclete no pé, eu foi atrás para me ver jantar segundo ele..rsrs Eu dei risadas, por mais que dissesse a ele que tinha namorado, e outras tantas coisas, nada o afastava..rsr Deixei, afinal já estava como um guarda costa.rs, depois de jantar eu decidi ir embora e não consegui encontrar mais as meninas. Peguei o Bus e cheguei no hotel.

Acordei cedo no dia seguinte, pois queria conhecer o centro da cidade.
Era uma manhã clara, mas ventava um pouco, e lá fui eu.

As ruas não possuem calçadas, e temos que prestar muita atenção no caminho que fazem os carros. Os gregos falam como se estivessem discutindo, na verdade eu realmente não sei se era conversa ou discussão, uma delas era conversa, pois no final eles se abraçaram e saíram, mas outras realmente ficaram para adivinhação.

Moinhos de vento, um mar com ondas fortes, igrejas de cúpula ora azul, ora vermelha, casinhas brancas em todos os lugares, muitas flores. Essa era a paisagem local.
Fui caminhando para dentro da vila, a região central de Mikonos, e me deparei com a Pequena Veneza, a parte da vila que está na costa do mar, dezenas de bares e cantinas, em vielas minúsculas que só circulam pessoas, até lembra uma favela pelo formato, mas a sua beleza é grande, casas brancas, vielas limpas, arquitetura fantástica. Eu adorei caminhar aquela manhã serena pelas ruas de Mikonos. Gatos, gaivotas e pelicanos eram alguns dos muitos animais que dividiam o espaço da linda pequena veneza.
Muitas galerias de arte, lojas e mais lojas de artesanato, jóias, comidas, e milhares de quinquilharias.
Lojas dividem espaço com casas locais, com famílias gregas que estendem as roupas do lado de fora da casa, o espaço é muito pequeno, batem papo na varanda, varrem a calçada de casa, em um estilo bem rural como antigamente se via em pequenas cidades do interior.

Para não perder o costume escorreguei em uma das belas vielas, e deixei minha câmera fotográfica mais uma vez levar um belo tombo, e fazer mais uma cicatriz.

Depois de conhecer todo o centro, visitar a galeria de artes, e tomar o café da manhã na praça central, próximo da pequena feira, entrei no ônibus e fui direto para a Paradise beach novamente, agora só para curtir o sol mesmo.
Estendi minha canga na areia bege, e coloquei meu relógio para despertar.
Sim, eu dormi sob o sol de mikonos, e tive uma manhã maravilhosa.

Acordei em cima da hora de deixar o hotel, meio dia.
Sair do hotel foi uma pequena confusão, o banheiro para três quartos foi o meu azar. Um metrossexual italiano entrou no banheiro e não saia mais, estava se depilando, pelo jeito o corpo inteiro, depois de sair pediu mais um tempo e entrou com um pote de creme nas mãos. Enquanto isso, minha hora passava, e o dono do hotel vinha me pedir para juntar minhas coisas que ele sairia em alguns minutos para pegar uma turma no porto e não voltaria mais.
Então, bateu o desespero, eu tentei explicar o problema de um único banheiro, mas ele nem deu muito ouvido, depois me levou para o banheiro dos outros quarto, tomei um banho correndo e nem pude pentear os cabelos direito, o senhor, que muito me lembrava o Ernest de um filme americano chamado Ernest, o herói doidão com o ator Jim Varney, conseguiu mais mal educado do que quando tentou me alugar o quarto, e como deletei a singelas e mal faladas palavras em inglês que ele disse, não poderei descrevê-las agora, mas lá fui eu correndo com pente na mão e puchando as malas para dentro da Van. Com uma cara tão feliz quanto a do senhor “Ernest”. Ao chegar no porto e colocar os hospedes para fora, ele pediu desculpas pela falta de educação, mas que infelizmente ele não podia perder tempo, pois o trabalho dele depende disso.
Enfim, ainda agradeci e fui embora com minha mala, em busca do ferry para Athenas desta vez.

Centenas de pessoas desembarcavam no porto, com suas grandes mochilas nas costas e todo o espirito juvenil estampado no rosto, prevendo o grande final de semana que teriam na pequena ilha grega, assim como eu tive também.

Mikonos, valeu muito a pena, e eu recomendo para todo mundo que visitar a Grécia.

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