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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sobre viajar sozinho e o surgimento do vazio


Eu já fiz viagens em dupla, em trio, em grupo de amigos; Também já viajei sozinha e após chegar no hostel criei uma dupla, um trio ou um novo grupo de amigos mochileiros.

Mas também já viajei sozinha e permaneci sozinha.

Nunca saímos de casa sabendo o que irá acontecer em uma viagem, e essa é a graça e o emocionante das viagens; O imprevisível.

As vezes a solidão pode ser nossa amiga e nos ajudar a refletir sobre o que realmente somos e o que realmente queremos. E isso é muito bom quando estamos meio perdidos.

Normalmente eu consigo me reencontrar quando estou sozinha dentro de um túnel escuro e no alto de uma montanha, pois o contato comigo mesma é mais eficaz e posso realmente ouvir meus pensamentos sem interferências. O problema é que sempre me perco quando fico muito tempo longe de lugares assim; mas como disse um amigo certa vez: 
- A graça da vida está em se perder e tentar se achar novamente!

Acho que a solidão só é ruim na verdade, quando não estamos em paz com nossos desejos, porque ai ela incomoda e os nossos fantasmas nos aterrorizam. Para quem não tem medo de fantasmas deve ser tranquilo, o quê não é o meu caso.

Na viagem que fiz pelo Salar de Uyuni na Bolivia, senti esse momento de triste solidão, mas consigo refletir sobre ele e entender onde estava a tristeza.

Conhecer lugares lindos como o salar de Uyuni, um vulcão adormecido e as casas feitas de sal foram alegrias não compartilhadas, e isso me deixava triste. Eu estava entre um casal de chilenos e outro coreano. Cada casal estava fechado em sua cultura e idioma e não permitiram a entrada de uma estrangeira, não sei se medo, timidez ou apenas para manter sua privacidade.

O silêncio não era bem vindo nesta hora.

Quando chegava a noite, os lugares para jantar estavam sempre com grupos de amigos mochileiros,  famílias ou casais. O clima era de amor de um lado e euforia de amizade com bebida em outro.

Eu apenas observei os dois grupos. E comecei a sentir a falta dos meus amigos, da minha família e de um amor, não para viver o meu momento, mas para viver um momento como o deles, que parecia muito mais divertido que o meu.

Viajar sozinho serve para fazer novos amigos, mas precisamos também estar aberto para a entrada desses novos amigos. Sorriso sempre abre portas e janelas para que eles entrem.
E eu não estava com minhas janelas abertas naquela viagem!  
   

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